terça-feira, 25 de novembro de 2008

Equipas de Acompanhamento à Inserção (Casa Pia)

I Encontro das Equipas de Acompanhamento à Inserção
da
Casa Pia de Lisboa

Realizou-se nos dias 24 e 25 de Novembro, no auditório da Casa Pia de Lisboa, o I Encontro das Equipas de Acompanhamento à Inserção da Casa Pia de Lisboa. A Dr.ª Joaquina Madeira, Presidente do Conselho Directivo daquela instituição, abriu os trabalhos e, para além de agradecer toda a colaboração e empenho das suas equipas de técnicos, destacou a importância de chegar cedo aos problemas (jovens potencialmente em risco) e, rejeitando o assistencialismo, trabalhar numa perspectiva sistémica e ecológica ou seja, trabalhar com os jovens integrados na sua comunidade. Joaquina Madeira salientou que a institucionalização deve ser o último recurso.
Em todo o encontro predominou a divulgação das boas práticas quer das equipas, quer de entidades convidadas a apresentar as suas experiências. Gostaríamos no entanto de sublinhar o momento alto e contagiante que foi o debate entre o psicólogo clínico Dr. António Maia e o terapeuta familiar José Manuel Almeida. Ambos salientaram a necessidade de voltar a dar balizas/limites aos jovens sem as/os quais estes acabarão por se sentirem perdidos.
António Maia sugeriu que a relação das famílias com o jovem deve ser como no jogo da corda (de um lado a família do outro o jovem) onde se procura a tensão certa. Se cedermos demasiado iremos atrás do outro que cairá desamparado para trás, se puxarmos demasiado e de modo brusco, o/a filho/a entrará em desiquilíbrio e cairá para a frente. Na (re)educação devemos começar pelo simples, consolidar o simples e dar o passo seguinte.
José Manuel de Almeida disse-nos que depois do Maio de 68 deve ser dito às famílias que é proibido proibir proibir, dito de outra maneira, temos que reaprender a proibir. O terapeuta alertou ainda que os técnicos (professores, acrescentamos) não ensinam nada, são apenas catalisadores de aprendizagens e o que devem fazer junto das/dos jovens é levá-las/los a sentirem a necessidade da sua presença.
Ainda um destaque para o que nos disse o Psicólogo Clínico Pedro Vaz dos Santos. Para este, não é possível intervir com êxito junto das/dos jovens se à intervenção individualizada não adicionarmos a família. Ou seja a família vai ter de passar a fazer parte do dia-a-dia das instituições, caso contrário estaremos condenados ao fracasso.

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